

10 a 15% das mulheres em idade fértil não sabem que possuem endometriose.
O MovEndo tem como objetivo conscientizar as mulheres brasileiras sobre essa doença, sintomas, tratamentos e todas as informações relacionadas ao tema.
Através de diversas ações conectadas em todo o Brasil, como eventos, lives, debates e demais atividades, promoveremos um grande movimento sobre o tema, principalmente no mês de Março, mês mundial de conscientização da Endomotriose.
Doença caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos, de forma mais frequente, os órgãos e estruturas pélvicas: ligamentos uterinos, trompas, ovários, reto, reto e sigmoide, bexiga e outros.
Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um embrião possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio espessado descama e é expelido em forma de menstruação. Em uma das hipóteses de causa da doença, supõe-se que o fluxo menstrual faça o caminho oposto, drenando pelas trompas e caindo na cavidade pélvica aonde se implanta nos diversos órgãos e estruturas gerando a lesão endometriótica e suas consequências.
As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença.
É importante destacar que a doença, habitualmente, acomete mulheres a partir da primeira menstruação (menarca) e pode se estender até a última (menopausa). Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.
Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis.

Os principais sintomas da endometriose são dor e infertilidade. Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade.
Existem mulheres que sofrem dores incapacitantes e outras que não sentem nenhum tipo de desconforto. Entre os sintomas mais comuns estão:
• Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação;
• Dor pré-menstrual;
• Dor durante as relações sexuais;
• Dor difusa ou crônica na região pélvica;
• Fadiga crônica e exaustão;
• Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação;
• Dificuldade para engravidar e infertilidade.

A dor da endometriose pode se manifestar como uma cólica menstrual intensa, ou dor pélvica/abdominal à relação sexual, ou dor para defecar e/ou urinar na época das menstruações, ou, ainda, uma mistura desses sintomas.
O diagnóstico de suspeita da endometriose é feito por meio de uma história detalhada feita em consulta médica associado ao exame físico, ultrassom para mapeamento da endometriose e/ou ressonância magnética para mapeamento de endometriose.
Atenção especial deve ser dada ao exame de toque vaginal, fundamental no diagnóstico da endometriose profunda que podem dar sinais fortemente sugestivos da doença.
Entre os exames de imagem que podem sinalizar a endometriose, destacam-se:
-
Ultrassonografia para mapeamento da endometriose
-
Ressonância magnética
-
Laparoscopia (*)
(*) A laparoscopia com fins diagnósticos e não terapêuticos deve ser evitada ao máximo. A laparoscopia deve ser utilizada com finalidades terapêuticas visto que existem exames eficazes e menos invasivos para o diagnóstico e mapeamento detalhado da doença.
A endometriose é uma doença benigna, que se caracteriza pela proliferação do tecido chamado endométrio para fora da cavidade uterina, local em que ele normalmente se desenvolve. O crescimento do endométrio faz parte do ciclo reprodutivo da mulher. Ao longo desse período, o tecido cresce, e quando não ocorre gravidez ele é eliminado em forma de menstruação. Entretanto, em algumas mulheres algumas células desse tecido migram no sentido oposto, podendo subir pelas tubas e chegar à cavidade abdominal, multiplicando-se e provocando a endometriose.
Não há consenso médico sobre as causas que levam ao desenvolvimento da endometriose, de modo que ainda é difícil falar diretamente em prevenção. Entretanto, diversos estudos sobre as características das mulheres que têm a doença ajudam a medicina a se aproximar de maiores respostas.
Enquanto alguns fatores de risco para a endometriose são bem conhecidos, ainda não é claro como determinados comportamentos, tais como o uso de determinados medicamentos, drogas, entre outros fatores, poderiam aumentar ou diminuir as chances de desenvolver a doença.
Alguns estudos associam o padrão menstrual à ocorrência de endometriose: pacientes com fluxo mais intenso e mais frequente teriam mais risco de apresentar a doença.
A relação entre o uso de pílula anticoncepcional e a endometriose ainda é polêmica: há pesquisadores que encontraram aumento de risco, e outros que indicaram a redução ou ausência de efeito. Como alguns anticoncepcionais orais são utilizados por mulheres que apresentam cólicas menstruais (dismenorreia primaria), e a endometriose causa dor pélvica (dismenorreia e dispareunia), a pílula é muitas vezes prescrita para mulheres que têm a doença, sem que se tenha descoberto alguma relação de causa e efeito entre elas.
Filhas e irmãs de pacientes com endometriose têm maior risco de também desenvolver o problema. A identificação genética poderia ajudar a entender melhor a doença, mas é ainda difícil saber o quanto os genes realmente são relevantes em relação a outros fatores, como etnia e fatores ambientais.
Consumir muito álcool e cafeína são hábitos que têm sido associados ao aumento do risco ou piora do quadro de endometriose, enquanto fazer atividades físicas parece diminuir as chances de desenvolver a doença.
Com um debate científico ainda bastante acalorado sobre as causas da endometriose, o melhor que as pacientes podem fazer para manter a saúde em dia é consultar regularmente o ginecologista. Observar os sintomas e conhecer seu corpo também são atitudes que ajudam a perceber alterações, indicando a necessidade de voltar mais cedo ao consultório.

Uma vez realizado o diagnóstico da doença, a portadora da doença deve se munir de informações qualificadas sobre o tratamento da mesma, buscando sempre a ajuda de profissionais que sejam voltados ao tratamento dessa doença que exige uma abordagem multidisciplinar.
-
O papel dos contraceptivos hormonais, por exemplo, é importante no sentido de bloquear os hormônios femininos, dessa forma, tentando controle dos sintomas e evitando a progressão da doença.
-
As mudanças comportamentais como, dieta anti-inflamatória, exercício físico regular, hábitos de vida saudáveis como restrição do uso de álcool e não fumar, dentre outras medidas são fundamentais no controle dos sintomas da doença, evitando, muitas vezes, tratamento cirúrgicos.
-
Entretanto, em algumas situações o tratamento cirúrgico deve ser indicado e realizado por equipes com experiência na abordagem cirúrgica da doença a fim de melhorar os resultados cirúrgicos e diminuir chances de recidiva (retorno) da doença.
-
A cirurgia será necessária em determinadas situações como dor que não melhora com as medidas mais conservadoras, alguns casos de dificuldade de engravidar, risco de obstrução de determinados órgãos e outras situações.
-
Quando indicado deverá ser realizado por métodos minimamente invasivos – laparoscopia ou robótica - a fim de melhorar a visualização das lesões, acesso a espaços pélvicos de difícil acesso, menor tempo de internação, menor necessidade de uso de medicações para dor, tempo de internamento reduzido dentre outros benefícios.
N O T Í C I A S

E V E N T O S
U M A I N I C I A T I V A

